domingo, 23 de dezembro de 2012


Nunca se está pronto para a perda de alguém que nos é próximo. E, sinceramente, não consigo ver a minha vida sem os meus pais e os meus avós maternos.
A morte é algo que me faz imensa confusão. Não consigo imaginar um natal sem a minha avó a reunir todos lá em casa e a dizer para comer um pouco mais porque estou muito magrinha. Sei que nenhum de nós é eterno, mas para mim o natal sem a minha avó não faz qualquer sentido, ela e a minha mãe ensinaram-me tudo o que sei hoje, foram elas que me tornaram na jovem adulta que sou hoje. Nunca me vou esquecer que foi a minha avó que me ensinou as vogais e que me ensinou a contar, também não me vou esquecer que foi a minha mãe que me ensinou que a vida não é um mar de rosas e que foi ela a preparar-me para o mundo exterior. Sei que não haverá ninguém neste mundo que goste tanto de mim como elas, apesar dos pequenos arrufos que tenho por vezes com a minha mãe. 
Para além da minha avó e da minha mãe que ensinaram a fazer tudo o que sei hoje, também me custa muito pensar na partida do meu avô ou pai, pois, eles são aquelas imagens que tenho que me protegiam quando a minha mãe e avó se zangavam comigo. Ainda hoje o fazem. São os homens da minha vida e tenho uma admiração enorme por eles. Especialmente por o meu pai que desde jovem que lutou por tudo o que tem hoje. No fundo, vou lembrar-me deles por as brincadeiras que me ensinaram e por as piadas que me contaram e contam. O meu pai ensinou-me a conduzir e o meu avô ensinou-me a andar de bicicleta e, ensinou-me a brincar onde muitas crianças não brincam pois os pais são demasiado protectores. Por isso tenho orgulho em dizer que em criança brinquei no meio das laranjeiras do meu avô e que achava piada destruir formigueiros. As crianças de hoje em dia não sentem essa liberdade de brincar no meio das ervas, árvores, pássaros e outros seres. Muitas destas novas crianças nem às escondidas sabe brincar. Nem sabem o que é um formigueiro, por exemplo. Os pais de hoje em dia preferem que as crianças estejam em casa a jogar consola do que irem lá fora explorar o mundo. Sempre fui uma criança que saía de casa de bicicleta e ia para o meio das hortas e pomares inventar brincadeiras. Eu, provavelmente tive sorte em nascer numa família que sempre esteve ligada ao campo. E é isto que vou guardar sempre destes quatro membros da minha família aos quais eu sou mais chegada. Deram-me todos uma infância espectacular. E que muitas crianças não tiveram. Infelizmente.

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